10 de nov. de 2011

Almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre

Celso Machado e o Almanaque
Fonte:
www.correiodeuberlandia.com.br

Sempre gostei de entender a história da gente. Seja da evolução do homem no planeta, das antigas civilizações, dos países, do nosso Brasil, da cidade onde moro. Na área de Relações Públicas, onde atuo profissionalmente, investe-se bastante no resgate da história das organizações.Penso que nosso passado explica muito de nosso jeito de ser, de nossas decisões presentes.
Uberlândia, de uma maneira geral, é uma cidade que não valoriza sua história. Prédios antigos são demolidos sem critérios. Artigos de jornal defendem a modernização a qualquer custo. Concordo por um lado, discordo por outro. Ser moderno não quer dizer abrir mão do passado, da história. Basta visitar cidades como Londes e Paris, capitais cosmopolitas que preservam seu patrimônio histórico e cultural e ainda seduzem os turistas com sua arquitetura para lá de centenária. Ou Veneza, que desde os tempos medievais mantém seus castelos e  prédios antigos em meio às vielas formadas de água.
Mas a gente mora é em Uberlândia. Meu propósito é escrever sobre a nossa história, que foi em parte resgatada por uma equipe liderada por Celso Machado, executivo da área de comunicação e um apaixonado pela cidade e pelos fatos que fazem dela o que é hoje. Em agosto, ele teve a ousadia de lançar o Almanaque Uberlândia De Ontem e Sempre, uma publicação primorosa, que conta causos e reminiscências do passado uberlandense.
O conteúdo é de primeira qualidade. Ao ler, ficamos sabendo de coisas interessantes, como campeonatos de lambretas que eram a diversão da juventude de outros tempos. Tem também um relato sobre a presença de comunistas na cidade (logo Uberlândia, tão conservadora!). Eu nunca havia ouvido falar em Ladário Teixeira, que nasceu cego, tornou-se músico de renome e até inventou um modelo de saxofone único no mundo. Detalhe, ele foi fabricar o equipamento em Paris.
Engraçada é a história dos Cocões e Coiós, como eram chamados os que assumiam determinadas posições políticas. Neste ponto a cidade nem mudou tanto, porque existem sempre dois grupos fortes, um de situação e outro de oposição. Os demais candidatos apenas fazem barulho...
O Almanaque traz ainda uma bela entrevista com Rondon Pacheco, um dos principais políticos da cidade, lúcido e com participação ativa nas discussões relativas à administração pública. Foi Governador de Minas Gerais e trabalhou no gabinete da Presidência da República no auge da ditadura.
Lendo o almanaque, a gente fica sabendo que Uberlândia já teve fábrica de televisão, já teve namoradinha do Roberto Carlos, já teve até fábrica de canhão! Na praça Clarimundo Carneiro, onde hoje fica o museu municipal, já foi cemitério. O Praia Clube, quando inaugurado, nem tinha piscina. As pessoas nadavam no rio Uberabinha mesmo...
A cidade mudou muito. Em alguns aspectos melhorou, em outros piorou. Ainda virão mudanças, mas iniciativas como o Almanaque, idealizado pelo Celso, ajudam a lembrar do que faz parte de nosso passado. Ele é um desdobramento do programa de TV exibido semanalmente, que você pode conferir no site Uberlândia de Ontem e Sempre. Quem quiser comprar o Almanaque, tem na Itacolomy.

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