27 de jun. de 2010

Rotas alternativas à Rondon Pacheco

A Prefeitura Municipal de Uberlândia deve divulgar em breve as rotas alternativas para os motoristas que passam pelo cruzamento das avenidas Rondon Pacheco e João Naves de Ávila. Há alguns dias equipes da empresa responsável iniciaram as atividades no local e as obras devem começar a alterar o trânsido na região.
No bairro Santa Mônica, onde moro, pelo menos duas ruas parecem estar sendo preparadas para o aumento do fluxo de carros, as antigas 5 e 14. Desde o trecho com a Anselmo Alves dos Santos, em todos os cruzamentos estão sendo colocados semáforos. Em matéria publicada no Jornal Correio semana passada, a justificativa para a colocação dos equipamentos é controlar melhor o fluxo de veículos, uma vez que a frota da cidade não para de crescer. Mas acredito que a nova sinalização vai também atender às necessidades do aumento do tráfego na região, quando as avenidas principais forem fechadas. Essas são rotas alternativas para os bairros Santa Mônica, Santa Maria, Santa Luzia e Vigilato.
As antigas ruas 5 e 14 fazem a ligação entre o bairro Santa Mônica, Tibery e Brasil. A partir dessas vias, quem sai de um bairro segue para o outro "por dentro", sem a necessidade de entrar na Rondon Pacheco. Há muitos anos uso esses acessos para ir ao bairro Brasil, ao Alto Umuarama e ao Distrito Industrial, onde tenho compromissos de trabalho com certa frequência.
Ultimamente, aprendi a usar o caminho do novo acesso ao aeroporto com destino à região do Alto Umuarama. A volta é um pouco mais longa, mas você consegue seguir sem nenhum semáforo, sem cruzamentos e ainda ganha de brinde uma paisagem muito bonita, uma vez que passa ao lado do Parque do Sabiá e ainda existem poucas construções ao longo do novo acesso. O cuidado tem que ser a velocidade. Por ser uma pista recém inaugurada e quase sem trânsito, a tendência é a gente querer pisar mais um pouco. É preciso ter cuidado. As rotatórias ajudam a desacelerar. O local já estão recebendo iluminação pública, mas será necessário ter cautela, tanto com velocidade quanto com segurança.
Para ir ao centro da cidade, saindo do Santa Monica, sempre opto pela rua São Francisco e depois pela Duque de Caxias. È um caminho mais chatinho, mas escapo da Rondon Pacheco e da muvuca do cruzamento. Também pego muito a Rondon ali na altura do Hotel San Diego, com destino à Nicomedes, Praia e adjacências.
A volta do Centro também é feita de forma prática pelo viaduto Saraiva, que desemboca na avenida Nicodemos Alves dos Santos. Essa rota é mais conhecida, já apresenta congestionamentos em horários de pico e deve receber um trânsito bastante intenso depois da interdição das avenidas. Dá para optar pela Olegário Maciel também, ou então, para quem está no bairro Karaíba ou Cidade Jardim, uma alterantiva é entrar pela Nicomedes ali ao lado do Cajubá, pegar a São São Francisco e subir até o caminho para a João Naves.
Fazer novos caminhos é legal. Você vai descobrindo coisas enquanto dirige. Ao testar novas rotas, já descobri casas, lojas, mercados, farmácias e várias outras coisas do meu interesse. A obra no cruzmento das duas avenidas vai ser chatinha, com sujeira, barulho, congestionamento, mas é possível preparar-se, aprendendo as rotas alternativas desde já. Muitas delas vão nos levar a adotar novos hábitos e quem sabe até mudar o caminho de fora definitiva.
Por falar em mudança, escolhi um texto do qual gosto muito, mas cuja autoria é polêmica. Pode ser de Edson Marques ou Clarice Lispector. Acho que é do primeiro, pois a poetisa dificilmente usaria em seu tempo a palavra "light". Chama-se Mude.

"Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço
alguns dias.
Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma do outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros. Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. Tente.
Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se que a vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas.
Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas.
Mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!"

Nenhum comentário: