6 de jun. de 2010

Para onde vão nossos impostos?

Sempre gostei de fazer tudo direitinho. Isso inclui pagar meus impostos, votar, cumprir obrigações de cidadã, de vizinha, de contribuinte. Andei trabalhando uma época de maneira informal, mas aos poucos venho me organizando para legalizar minha prestação de serviços. Com isso, passei a recolher os impostos devidos, em especial os de prestação de serviços. Em troca, a perspectiva de viver em uma cidade melhor. Espero sinceramente que isso aconteça no futuro.
Uberlândia tem sistemas razoáveis de serviços públicos, mas ainda faltam algumas coisas básicas, em especial ligadas aos direitos dos cidadãos. E falo de direitos básicos, como o de estacionar nosso carro na rua e ele ficar em segurança. Seria o mínimo a se esperar de uma cidade que tem segurança pública, certo? Errado! Por todo canto, em qualquer lugar em que se aglomere um número razoável de pessoas, somos subjugados pelos guardadores de carro, que se oferecem para olhar nosso veículo enquanto almoçamos, jantamos, vamos à missa, a um bar ou a um jogo de futebol. Acho um absurdo ter que pagar um guardador de carros, quando já pago impostos. Absurdo maior é deixar o carro em um estacionamento pago porque tenho medo de deixá-lo na rua. Moro perto de uma feira, onde aos sábados dois grupos de crianças ficam cobrando dinheiro dos motoristas para "olhar" os carros. Ora! As pessoas estão apenas indo à feira, durante o dia! Muitas vezes, marmanjos expulsam as crianças e ficam eles se oferecendo como vigias, ameaçando ainda mais os motoristas.
Outras vezes, temos que entrar na justiça para lutar pelos nossos direitos. Ontem li no jornal um termo de ajustamento de conduta, onde vizinhos de uma praça onde fica aberto um supermercado que funciona 24 horas conseguiram resolver um problema por meio judicional. Pelo que entendi, o supermercado atrai jovens arruaceiros, que compram bebidas e ficam fazendo algazarra na praça. Isso incomoda os vizinhos, que se uniram e entraram com uma ação judicial contra o poder público e o estabelecimento. Foi feito um acordo, onde por determinado tempo o supermercado reduzirá o tempo de funcionamento, a polícia militar vai colocar uma unidade fixa na praça e os moradores vão fiscalizar. Todos temos direito à tranquilidade. Ter que entrar na justiça para conseguir isso é no mínimo um contrasenso, mas estes vizinhos nos dão uma lição.
Talvez por comodismo ou preguiça, a gente deixa de lutar pelos nossos direitos. Paga imposto para ter segurança, mas paga estacionamento para não ter o carro roubado. Paga impostos para morar de maneira decente, onde quiser, mas tem que brigar na justiça por um pouco de sossego.
Parabéns aos vizinhos da praça Cícero Macedo. Li com interesse o termo de ajustamento de conduta no jornal da cidade, porque me chamou atenção o fato de cidadãos terem que recorrer à justiça pelo básico direito à tranquilidade. Essas coisas a imprensa não noticia...

Imagem extraída do Blog Eu Odeio Flanelinhas: http://euodeioflanelinhas.blogspot.com/

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