19 de jun. de 2010

Campanha de vacinação contra H1N1

Acordei cedo nesse sábado, com a intenção de ir à UAI mais próxima e me vacinar contra a gripe H1N1. Finalmente as doses foram liberadas para a população em geral e eu, que estava fora da faixa etária inicial,  ganhei o direito à ela. Foi aí que entendi que o governo agiu certo ao estabelecer as faixas e priorizar os grupos com maior risco. A procura pelas vacinas entre as faixas da população consideradas não prioritárias, promete ser bem grande.
Na UAI do bairro Tibery, às 8h10 da manhã, a fila já dobrava o quarteirão. Na UAI do Pampulha, às 9h, 500 senhas já haviam sido distribuídas e uma outra fila bem grande esperava pelo próximo lote de senhas. que seria distribuída ao final da primeria etapa.
Acabei indo para a UAI Pampulha, onde minha ajudante me convenceu a esperar. Tinha até cadeiras para quem havia pego a senha aguardar sentado. Teve gente que levou um livro e aproveitou o tempo para ler. As senhas eram chamadas rapidaemente, as carteiras de vacinação preenchidas. O tempo de espera, no nosso caso, foi de pouco mais de uma hora.
O atendimento dos profissionais da área da saúde foi bom. As pessoas, trabalhando em pleno sábado, não estavam de cara feia nem reclamando. Pelo contrário, tentavam distrair as crianças e fazer com que a fila andasse o mais rapidamente possível.
Refleti sobre quantas vezes deixo de usar o sistema público de saúde por preguiça, preconceito ou medo de ser mal atendida. Não fosse minha ajudante, uma segunda mãe, insistir comigo para eu ir para a UAI Pampulha, talvez eu acabasse não me vacinando. Depois da experiência, uma das poucas que tive até hoje com saúde pública, pensei sobre o quanto minha própria visão preconceituosa muitas vezes me faz gastar dinheiro com benefícios pelos quais já paguei, por meio dos meus impostos. A vacina não está sendo dada de graça, todos nós pagamos por ela na forma de nossos impostos. Aqueles funcionários que estão nos atendendo no sábado, também são pagos por nós. Muitas vezes a gente se esquece disso.
Em linhas gerais, pelo menos com base na minha experiência pessoal, acho que o processo foi bem organizado, desde o começo, com a priorização das pessoas mais suscetíveis à doença, como crianças de colo, gestantes e maiores de 60 anos. A abertura para todas as faixas etárias só poderia mesmo acontecer depois que todos fossem vacinados. Houve tempo suficiente para que os interessados o fizessem.
A cidade de Uberlândia tomou a decisão de vacinar o restante da população de modo ordenado, em um sábado, quando as pessoas têm tempo para entrar na fila e de maneira organizada. Muitas cidades ainda não tomaram essa decisão. Ontem mesmo falava com uma amiga que mora em Santo André (SP), que ainda não liberou as doses remanescentes. Não vi ainda como as administrações devem proceder.
Quando saí da UAI Pampulha, a fila para pegar novas senhas estava enorme, com mais ou menos 500 ou 600 pessoas. Mas permanecia a ordem. Algumas pessoas reclamavam, outras colocavam a conversa em dia. O sol judiou um pouco das mães com crianças pequenas, mas acredito que, no geral, o processo foi menos pior do que muita gente imaginou que seria.

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